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18 de fev. de 2014

Museu é lugar de criança, sim senhor!

Com a carteirinha de estudante da faculdade, batia ponto nos principais museus de São Paulo. Jogava um xaveco dizendo que ia pesquisar livros na biblioteca e, de lá, fugia para dar uma olhadela nas exposições em cartaz. Vivia no Mam e no Masp, que tempo bom (que não volta nunca mais?)! Gosto de museu, não mais do que o marido, por isso, quando viajamos, visitamos os grandes museus do destino.
Nos tornamos pais e este hábito não mudou. Eu, definitivamente, acredito que museu é sim lugar de criança e pode ser um passeio incrível. Mas, claro, é preciso ter alguns macetes. Lorena, aos 5 anos, já conheceu grandes museus e, em todos os passeios, saiu de lá com algum aprendizado. Talvez ela não se lembre disso daqui a alguns anos, mas eu acredito que o convívio com a arte, mesmo que esporadicamente, vai reverberar em sua personalidade, em sua vida.

É claro que, quando estamos com as crianças, o tempo que gastamos em um museu é bem menor. Não nos arriscamos, por exemplo, a ir ao Louvre com as crianças - ainda! No Museu do Prado, em Madri, por exemplo, cansamos logo de contar querubins e fomos esperar o papai no Jardim Botânico, que fica ao lado. Mas eu me orgulho de ter conseguido distrair Lola e sua fiel escudeira Laurinha pelo d'Orsay/Paris inteiro e Lola e Anita (Zzzzzzzzz...) no Moma em Nova York.

O segredo é instigar a curiosidade das crianças com brincadeiras e boas histórias que, vamos lá, são bem fáceis de se encontrar em meio a tanta arte. Sempre que vou a um museu procuro saber quais obras são as mais marcantes para já ir falando sobre o assunto. Em Paris, ao sairmos do metrô, havia um outdoor com o auto-retrato de Van Gogh. Um quadro verde, com um homem com cabelos e barbas ruivas, todo desenhado em pequenos traços. Lo, vamos ver se a gente acha essa pessoa no museu?
Como já conhecia o museu, acrescentei outros elementos na nossa caça ao tesouro: um relógio gigante, uma cidade em miniatura debaixo do chão, um urso polar, uma sala com quadros só feito com pontinhos... Esta dica de caça ao tesouro li em algum livro, que sugeria uma passada antes nas livrarias do museu para se comprar postais e, assim, ficar mais fácil a busca.

Chamar atenção para os contornos, as cores, as pinceladas... Que criança não gostaria de ouvir que tem um artista super famoso que só pintava espirrando tinta no chão? E que um maluco, certa vez, disse que uma roda de bicicleta sobre um banco pode ser uma obra de arte. Pollock e Duchamp arquivados.
Em São Paulo há tantos museus à disposição e, muitas vezes, esquecemos de inclui-los no roteiro de final de semana (carapuça servindo por aqui! No museu de Tatuí, que é super bem conservado, vamos sempre, mas em SP...). O Museu do Ipiranga, com aquele jardim lindo, o MIS que está ressurgindo das trevas com exposições super bacanas, o CCBB, que ainda rende um passeio pelo centro da cidade, e, também por lá, a Pinacoteca e o Museu de Arte Sacra, em frente... E muitos outros. E aí, que tal tentar?

* Nas fotos, Lola e Laura analisando o próximo destino no Sena, em Paris; Lorena no Palácio Real de Madri - nem eu achei que ia ser tão legal, foi suado imaginar utilidade para tantas salas, saletas e salões do rei, mas valeu!; Anita dormindo e interagindo com a sugestiva obra Dream, de Henri Rousseau, no Moma NY; Lola explorando o museu, sem colocar a mão em nada nem ultrapassar a faixa. =)

25 de set. de 2011

Catavento Cultural

A ideia era ir para a praia, mas minha personal meteorologista me informou que o tempo estava péssimo por lá. Com preguiça de subir e descer as ladeiras do zoológico e procurando por um programa que não fosse o parquinho do Ibirapuera (que eu amo), me lembrei de um post do blog da Mari, o Mãe de Rua, onde ela falava sobre como é bacana o Catavento Cultural, museu da ciência que fica lá no centro de São Paulo. A Mari é uma amiga dos tempos de Estadão e nós duas temos filhos praticamente da mesma idade, por isso, sempre fico esperta nos posts e nas dicas que ela escreve.
O Catavento Cultural é um espaço relativamente novo que ocupa o antigo prédio da Prefeitura, o Palácio das Indústrias, que todo mundo adora falar que é horrível. É meio estranho sim, fica ao lado do Parque Dom Pedro, um lugar feioso, sim, mas o tal do museu interativo é muito bacana. Programa perfeito para pais e filhos. Afinal, nada mais chato do que ficar vendo seu filho brincando na piscina de bolinha, não é? Lá no Catavento dá para adulto se divertir junto - e relembrar os tempos do colégio.
A indicação do museu é para crianças acima de 7 anos. Lorena tem dois e meio e isso não a impediu de brincar e fazer chororô na hora que falamos que íamos embora. Não é preciso saber o que é uma mitocôndria para tirar proveito das quatro seções do Catavento: universo, vida, sociedade e engenho. No pavilhão do Universo passamos rápido, mostramos as estrelas, os planetas, como o sol é incandescente. Na Vida ela se ateve ao aquário de peixes, às centenas de borboletas coloridas, ao bicho pau e ao peixe leão, coisa feia, que estava no aquário de peixes venenosos.
A parte mais bacana, sem dúvida, é a Engenho, que, logo na entrada, tem a Sala das Ilusões, uma espécie de mini-casa maluca do Playcenter. Lembram como era divertido ver a bola subir ao invés de descer, de não conseguir encostar as costas e os calcanhares na parede (que não parece mas é) íngrime? Lorena amou jogar água cor de rosa na canaleta e ver que a água subia. Ao fundo, cadeira para papai e filhinha se sentarem e tentar se levantar.
Daí, enquanto eu já estava achando o museu um super programa legal, me deparei com esse Portinari aí da parede. Dá para apreciar o quadro enquanto seu filho tenta levantar um adulto com a ajuda da alavanca.
Os cabelos fininhos da Lola se arrepiaram rapidinho assim que eu encostei na bola de eletromagnetismo, para alegria dos estudantes que estavam por lá. Aliás, t-o-d-a-s escolas deviam ir ao Catavento, é uma super aula prática de biologia, física, química e ciência. Como eu me lembrei da minha professora de biologia ao ver os cromossomos, os vírus, como é o ouvido internamente, como são feitas as vacinas, como as plantas se alimentam. Muito bacana.
E que criança não gosta de bolha de sabão, não é? A Mari já tinha falado da engenhoca que produz bolhas de sabão gigantes que tem por lá. Comprovado e aprovadíssima. É só entrar na "máquina", mexer o "bambolê" na água com sabão que fica em volta e puxar a corda para se sentir dentro de uma cápsula de bolha de sabão. O máximo. Na mesma seção, Fluídos, ainda há um tanque e varetas de diversas formas para as crianças brincarem de bolha de sabão.
Mas foi na sala de Luz e Óptica que a Lorena pirou. Espelhos que nos deixam magrinhas (deviam comercializá-lo!), gordinha, como é formado o arco-íris e a incrível sala dos espelhos. Ela entrou e se encantou com as outras cinco Loreninhas lindas que tinham lá.
Logo entendeu a brincadeira e começou a fazer roda-roda com suas gemeazinhas - com direito a caranguejo peixe é! Na sequência, ministrou uma aula de balé completa para suas aluninhas: borboletinha, esconde a borboletinha, cabeça no pé, pé para cima, pontinha de pé... Só por isso já valeria o passeio.
No entorno do Catavento ainda há um avião e trens de verdade e muito espaço para correr. Por lá há também a máquina de cochicho (a foto lá no alto), capaz de transmitir o som a uma distância de trinta metros. Depois de duas horinhas divertidíssimas, agora, faço coro junto com a Mari: recomendo o Catavento sem piscar nenhum olho.

* Se você não se lembra o que é uma mitocôndria ou quer se divertir feito criança, o Catavento Cultural fica aberto de terça a domingo, das 9 às 17 horas. O ingresso custa R$ 6. Para o passeio ficar ainda mais gostoso, na saída, dê um pulinho no Mercadão, que fica ali ao lado, e coma um sanduba de mortadela!

6 de abr. de 2011

Due Cuochi

São Paulo pode ser gigante, mas vai escolher um restaurante bacana para ir com uma criança de 2 anos... Aquele charmoso delícia de Higienópolis? Nem pensar! O italiano premiado que está na moda? Imagina! Só de pensar na Lorena correndo entre as mesas cheias de taças de cristal me dá arrepios! Por isso pensamos e repensamos no endereço para comemorar o aniversário da caçula lá de casa, a Fafá.
E acabamos por escolher um restaurante em shopping. Cafona? Não! Confesso que tinha maior preconceito pelo Shopping Cidade Jardim por esse negócio de ser "novo templo de luxo", "ter a filial da Daslu", Xanéus, Gutis e afins. Mas um dia decidi ir conhecê-lo e adorei. Ele tem tudo isso, mas tem Lanchonete da Cidade, tem Hering (adoro!), Zara (!) e um jardim lindo no meio de tudo isso. E, no terraço, tem o Due Cuochi, restaurante premiadíssimo.
O restaurante é todo envidraçado, parte para o terraço do shopping, que tem ampla área para pega-pega e pique-esconde - e uma jaboticabeira linda-, e parte para a marginal. Uns podem torcer o nariz, mas acho demais ter horizonte em São Paulo, ainda que seja com vista para um rio poluído. O restaurante estava lotado, com muitos carrinhos, crianças, famílias (e suas babás).
O Due Cuochi tem aqueles cardápios difíceis, amplos, com muitas opções de massas, carnes e alguns pescados. De entrada, metade da mesa optou pela poletinha cremosa com ragu de cogumelos e gorgonzola. Zero arrependimento. Outro prato que fez sucesso foi o ravioloni de gema de ovo caipira na manteiga e sálvia perfumado com azeite de tartufo branco. Ao cortar, a gema escorria pelo prato, para delírio do marido-lagarto.
Entre as 8 diferentes pedidas de pratos principais, oito aprovações. A aniversariante adorou o nhoque de mandioquinha com tiras de filé mignon e cogumelos paris e o marido dela, o stinco de vitelo com purê de batatas e trufas negras, aquele da foto ali no alto.
Mas o que achei mais bacana é que, além dos clássicos, há pratos com misturas diferentes, o que eu adoro. O meu ravióli era de camarões e chutney de manga com tinta de lula. Sou palpiteira, então diria que poderia ter mais chutney no recheio, pois adoro misturas agridoces. Tanto que, da próxima vez, vou pedir outro ravióli, o recheado com maçã e shimeji ao molho de gorgonzola doce que a Mari pediu. Leve e divino.
Para finalizar, petit gateau de limão siciliano com sorvete de baunilha e souflé de chocolate delícia. Mega bom.
Com tantos prêmios e pela localização, é claro que o Due Cuochi não é um restaurante barato. Entradas de R$ 24 a R$ 38 e pratos a partir de R$ 40. Comida excepcional, mas esperava muito mais do serviço. Pelo menos no dia que fomos era preciso se esforçar um pouco para ser atendida pelos garçons. Disseram que não tinham sucos, por um problema na cozinha. Mas, em seguida, surgiram sucos na mesa próxima. Eu super recomendo, mas acho que um restaurante desse naipe tem de ter atendimento impecável. E não estou falando de bajulação, mas de competência e agilidade.

* A matriz do restaurante é bem pequena e fica no Itaim-Bibi, na Manoel Guedes, 93.

4 de mar. de 2011

BottaGallo

Não tive muito tempo para pensar na minha programação de 4 anos de casamento, em dezembro do ano passado. E a sugestão de uma amiga querida, foi bem aceita: jantar no Terraço Itália, local que eu e o marido nunca fomos. Uma noite glamurosa, para beber um vinho com São Paulo sob nossos pés. Perfeito e romântico. Mas foi aí que eu acessei o site do restaurante e comecei a ponderar a escolha, muito pelo cardápio: Faisão com creme de couve-flor e salsa de trufa; carpaccio de filet de bufalo; coelho ao balsâmico com risoto de ervilha... Peraí, isso é um cardápio ou um passeio ao zôo? Foi aí que me dei conta que não tenho a mínima vontade de comer faisão, que vinho tem me dado enxaqueca e que nem romântica eu sou!
E me lembrei também que eu tenho um blogue abandonadinho e que tinha que provar o que muita gente já provou e elogiou, o BottaGallo. Caramba, isso sim que é comemoração. Eu e o marido bebendo choppinhos dos bons, comendo bem e dando risada em um ambiente totalmente informal, essa é a minha. E o boteco do Gallo podia mesmo ser da minha família. Lá entra grupo de amigos, de amigas, casal jovem, casal de tiozão, senhorinhas e até bebês. O ambiente é uma delícia e, literalmente, tem madeira até no teto. Nas mesas, pilhas de pratos e guardanapos e um copo cheio de talheres, é cada um por si. Tem coisa mais lá em casa?
O BottaGallo foi considerado pela Vejinha a melhor comida de boteco, mas também poderia ter sido condecorado com o melhor atendimento. Os garçons são super atenciosos. O nosso foi o Renan, que nos atendeu super bem, nos indicou as melhores pedidas da casa e nos divertiu. Foi ele que nos deu a primeira dica, para começar peça a scarpetta de sugo alla carne rustica - que nada mais é do que aquele pão com molho que meu pai come em casa toda semana antes da macarronada, ou melhor, o buraco quente desestruturado. O melhor molho de tomate, com carne desfiada, bem temperado, servido com pãeszinhos para você ir chafurdando no molho. Por mim eu pedia mais 3 desses e parava por aí, mas tinha muito mais.
O bar tem pedigree, é bom lembrar, pois pertence aos mesmos donos do Astor, Pizzaria Bráz, Original e Pirajá. Nada mal. E a brincadeira da vez é bancar o italiano. O cardápio é todo escrito em italiano, com a mesma coerência de Tony Ramos em Passione. Uma diversão: Saladas per gli Sportisti; per due Sfomiatti, Beliscones... A nossa segunda pedida foi a linguiça com feijão branco, porçao para comer como um príncipe (há a porção para comer como um rei!). Mega bom também.
Há três pratos com ovos e o marido não se aguentou. Esse Uovo Guido parece cozido, mas tem gema molinha no meio. Outra opção que faz sucesso é o pastel de vento, que é de vento mesmo. O garçom traz os pastéis e o recheio, uma tábua de frios. As caipirinhas também são ótimas, provei a de frutas vermelhas. O melhor é que como as comidas são bem gordurosas, você nem fica de ressaca - eis ensinamento de Sebastiana Quebra-Galho que guardo na manga.
Mas para ajudar a se auto-glicosar, você também pode pedir essa mousse de chocolate incrível. De tão doce, nem consegui dar conta. Mas como eu estava em casa, nem me importei, pedi para o Renan embrulhar para viagem, incluindo as cerejinhas. Fui embora feliz da vida, segurando a sacolinha em uma mão - e a outra, trançada na mão do meu marido, que eu amo muito. Terraço Itália e seu faisão, por ora, no way!

* O BottaGallo fica na Rua Jesuíno Arruda, 520, no Itaim Bibi. Tel.: 11 3078-2858.