Não sei se acontece em todas as profissões, mas na minha muitos colegas sonham em fugir da redação e abrir um bar. Não sei se pelo excesso de plantões ou pelo gosto pela boemia, fato é que, há três meses, São Paulo ganhou mais uma casa de jornalista. Uma casa mesmo, não um bar, a Casa Cury, um restaurante árabe com pratos deliciosos e preços honestos.
Foi uma amiga que me indicou o restaurante, que fica em Perdizes, na Apinajés, e, no que fui pesquisar, reconheci a dona, ex-colega de Estadão. A Casa Cury é comandada por Alessandra Porro, jornalista cansada de redações que tem no currículo curso de gastronomia na Itália, e Celso Cury, seu marido, publicitário que tem em seu portfólio dezenas de receitas de família.
Pelo restaurante, em quadros e porta-retratos, parte da história dos dois - a casa deles, diz Alessandra, está com as paredes vazias. Alessandra fica no salão com seu bom papo enquanto Celso, neto de Inácio, o senhor aí da foto; na cozinha. Estivemos lá rapidamente semana passada, tempo suficiente para provar três dos pratos do cardápio, todos deliciosos.
O marido ainda caiu de amores pelos ovos com basturma e coalhada. Nunca tinha ouvido falar em basturma, que parece um embutido, mas não é. Alessandra nos explicou que é uma carne curada, temperada com páprica e feno grego, bem popular na Armênia. Seu fornecedor, um senhor armênio, diz que, a cada dez quilos de carne, sobra-se três depois do seu preparo. É uma espécie de carne seca (pode ser?), um prato clássico de café da manhã, mas que marido nem ligou e degustou durante a noite, com chopp.
A Casa Cury já recebeu no seu pouco tempo de vida diversas críticas positivas e eu, humildemente, também recomendo. Para uma refeição rápida, para um happy hour, um almoço de final de semana, ai que delícia, vai lá!
* Fotos minhas e da FanPage da Casa Cury.