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26 de fev. de 2014

Sítio do Carroção

Quando falo que moro em Tatuí, invariavelmente, escuto três comentários: 1) E você estuda/ou no conservatório de música?; 2) A terra da Vera Holtz!; 3) Já estive lá há muito tempo com meu colégio, no Carroção. Na verdade, quem esteve no Carroção conheceu um dos lugares mais incríveis de Tatuí, lugar, aliás, que muito tatuiano não conhece. Eu mesma, que sempre estudei na cidade, não me lembro de nenhuma excursão da escola para lá. Para o meu trauma, na minha adolescência, nunca participei das aventuras do acampamento, mas, depois de virar mãe, disse a mim mesma que este trauma minhas filhas não iriam sofrer! =P
Estive no Carroção quando Lola tinha 2 anos, há exatos três anos, na festa de aniversário da filha de uma amiga, e foi demais. Mas incrível mesmo foi a minha última experiência, com a Lorena já com 5 anos, semana passada. A escola sugeriu um dia da família no Carroção e eu, o marido e Lola fomos dispostos a nos divertir (e por isso boicotamos Anita, com 1 ano e 8 meses). Achei que a adesão no colégio ia ser maior, mas não foi. E acho que por dois motivos: primeiro porque precisa ter mesmo disposição, literalmente enfiar o pé na lama, e não são todos os pais que têm - ou não exatamente naquela data. Segundo porque é caro. Dos meus tempos na redação do Estadinho (que Deus o tenha), no caderno especial de temporada de férias, o Carroção figurava entre o acampamento mais caro do Brasil. 
E consigo imaginar porque é caro. A estrutura é sensacional. E não estou falando de suítes equipadas com amenidades L'Occitane, não! É um acampamento, com dormitórios coletivos! Além de monitores divertidíssimos, a cada aventura percebe-se que há um grupo de apoio grande, para fazer a aventura funcionar, para monitorar as crianças na lagoa, para dar segurança no rio, para levar água nos dias quentes, para organizar as tantas refeições. A cada entrada nos dormitórios, tem sempre uma pessoa disposta a ajudar, à espera. No sábado que tivemos lá havia mais de 400 crianças, mais de 100 funcionários trabalhando e não se encontrava ninguém. Na hora de ir embora, avistamos do carro pelo menos 4 grupos fazendo piquenique em meio a mata, lindo de se ver.  
Mas acho que o grande diferencial é que o Carroção, que tem mais de 30 anos de história, foi criado por um artista, Luís Gonzaga Rocha Leite, uma pessoa admirável que inventou todas as brincadeiras que encantam as crianças - e nós também. E ele que, em 1994, espalhou pelos rios Tietê e Pinheiros e no lago do Ibirapuera ovos fritos infláveis gigantes, não só pensou no entretenimento, mas também no conhecimento. Ou vai dizer que uma criança que tem aula de Geografia no Planeta Terra assimila o que são ilhas, baías, serras, gêisers eteceterá com a mesma eficiência de outra que aprende tudo com o professor na sala de aula ou, pior, via apostila.
Bom, blablablá à parte, o Sítio do Carroção tem aventura para entreter por sete dias um grupo enorme de crianças (5 a 16 anos). No Day Camp, que é passar o dia por lá, são selecionadas algumas atrações. Uma das mais bacanas é a do Elo Perdido, uma aventura que começa em uma caminhada pela mata, passando por uma ponte pênsil e trilha de arvorismo a 15 metros de altura, e termina em um tobogã de 100 metros, que cai no rio.
A história contada pelos monitores é que, há muito tempo, caiu naquela mata um avião com paleontólogos que estavam em busca do elo perdido. Não demora muito para as crianças olharem para o alto e avistarem um avião caído; dentro dele, um mapa (uma emoção e um medinho) e uma bússola que os levam para a escavação de fósseis e, por fim, a encontrar um esqueleto enorme de dinossauro (e mais uma emoção e um medinho). O passeio se emenda com a trilha do Indiana Jones, com direito a uma passagem pelas muitas cavernas subterrâneas e uma pedra gigante rolando em nossa direção (emoção, medinho, medão), e termina no tobogã de pedra (que deixou mamãe com medinho). 
Depois do almoço, ainda brincamos no labirinto de pedra, visitamos o Baby Zoo, Lola tomou coragem e passou a mão em um filhote de jacaré no Bio Planeta e acabamos o dia no melhor lugar, nas piscinas aquecidas do Enigma da Pedra. Mas para chegar na lagoa azul quentinha andamos por outras cavernas (os morceguinhos não eram efeitos especiais!) e, por pouco, por um erro de cálculo, não ficamos presos na caverna que encheu de água até o meio da perna (medão extra plus!). O dia terminou com um lanchinho, um saco de roupa encardida, três pares de tênis imundos, sorriso no rosto e aquela sensação de que que bom seria a vida se tivéssemos mais dias tão especiais como este. Vale muito a pena.
* Para quem se interessou, o Day Camp para família custa R$ 235 por pessoa e acontece uma vez por mês. E não há a opção de pernoite (Ahhhh!). As outras opções além das excursões com grupos escolares são as festas de aniversário e o acampamento de férias (só para crianças);
** Fotos do site do Carroção, minhas e do amigo Bala.
*** Este post não é publicidade, nem foi pago. Foi escrito por uma mãe entusiasta que adora se divertir em família.

9 de mai. de 2013

Fábrica de Cultura e os 4 anos da Chloe

A Soraya, idealizadora da Fábrica de Cultura Santo Antonio, é daquelas criativas natas. Antes da internet, antes de ter este monte de blog de decoração para a gente se inspirar (e copiar...), ela já fazia coisas lindas, instintivamente. Herança do pai artista e criatividade e bom gosto que já transcenderam mais uma geração.
Há menos de um ano ela decidiu transformar um barracão onde antes funcionava a marcenaria de um amigo em um espaço dedicado a cultura. É um lugar simples, onde todo mundo se sente à vontade, seja para comer um bolo caseiro, para tomar uma cerveja dentro ou nas mesas que ficam na calçada larga, de frente a uma avenida bonita de Tatuí.
Naquele estilo cacareco para todo lado, a cada visita descobre-se algo novo. Pelo amontoado de coisas e também porque ela não se aquieta e vive acumulando mais e mais. E vendendo o que o cliente quiser, sem apego. Os móveis mudam de lugar, as exposições de artistas da região entram e saem e, há alguns meses, quase todos os dias a Fábrica de Cultura virou point de músicos. Tem a turma do jazz, da MPB, do samba e dos chorinho e até do hip hop, dependendo do dia.
Coleções de óculos Ray Ban, de rádios antigos, de máquinas fotográficas, de tranqueiras do Mc Lanche Feliz da sua filha Sofia, tudo tem espaço. Até um par de patins 80tinha! Quando vi na vitrine quase briguei com a minha mãe por ter me convencido a doar o meu. Iria ficar demais na minha sala e ainda daria para eu me exibir, com provas, para minhas filhas.
Semana passada, a Soraya-mente-aberta deu mais uma função para seu espaço, a de buffet infantil. Bom, buffet não é bem a palavra, já que não havia música alta nem brinquedos eletrônicos. Ela e a Tuca, mãe da Chloe, criaram oficinas para comemorar a festa de 4 anos da Chloe. O colégio fica pertinho, mas disponibilizou uma kombi para levar as crianças da classe da Chloe até lá, a farra já começou no trajeto.
A Tuca, que é estilista, pediu no convite escrito à mão para as crianças levarem uma camiseta velha do pai ou da mãe. Ao cortar as laterais e amarrar um fio em cada lado da camiseta, surgiu um avental, que ainda ganhou uma menina/menino de tecido, que as crianças colaram. 
Avental pronto, cada uma ganhou bandana e foi para a bancada fazer um doce com morangos picados, brigadeiro branco e comum por cima. Algo bem simples com 100% de sucesso. Agradou a todos e cada um ainda levou a receitinha para casa.
Depois de comer o docinho, elas brincaram um pouco e logo foram cantar parabéns. Na mesa, lanchinhos e latinhas com balas. Um bolo de chocolate e cupcakes embalados, outra lembrancinha da festa.
As crianças se divertiram por duas horas. E eu fiquei pensando que não é preciso muito para agradá-las. Com criatividade e a presença dos amigos pode-se fazer uma festa e tanto. E viva a Chloe!

** O CantaGallo também está no Facebook, clique e curta para ler este e outros posts inéditos.

21 de jul. de 2011

Arroz com suã

Então fica combinado que ninguém vai ligar para a panela velha nem para a apresentação do prato. Só assim, livre de preconceitos e desligado da aparência, você vai provar um dos pratos mais gostosos de Tatuí, o arroz com suã. Ao lado do mingau de milho verde e da bisteca do Caipirinha, o arroz com suã é um dos clássicos da cidade. A aparência não é incrível, mas se você não fizer vai se arrepender. É uma comida simples, mas se você quiser sofisticá-la, basta dizer que é um risoto de carne suína com ervas caseiras!

O que usar:
Para 8 pessoas.
- óleo;
- 1 1/2 kg de suã de porco;
- 1/2 kg de costelinha de porco;
- 2 cebolas grandes;
- 5 dentes de alho picado;
- 3 xíc. de arroz;
- sal;
- salsinha;
- queijo ralado;

Como fazer:
Aqui em Tatuí é fácil encontrar o corte de suã, mas em São Paulo talvez você precise encontrar um bom açougue e um bom açougueiro. O preparo é muito simples, tirando que é preciso fritar toda a carne antes. Em uma panela, coloque o óleo e frite a costelinha e o suã (a carne já temperada com sal, pimenta e limão). Retire o excesso de óleo. A panela vai ficar "suja" e é esse grude do fundo que vai dar a cor (e o sabor) ao prato. Por isso, não troque de panela! Bom, depois de tirar o óleo, junte a cebola picadinha e o alho. Frite tudo e também o arroz. Daí prepare como um arroz normalmente. Seis xícaras de água, sal e deixe em fogo baixo. O ideal é que o arroz fique molhadinho. Desligue o fogo e coloque salsinha picada e queijo parmesão ralado. Sirva com limão e, se quiser, salada de rúcula. Bom demais. Não duvide.
* Agradecimento especial ao primo Rô, especialista em efeitos especiais, que conseguiu deixar um prato de arroz com suã bonito. =)

10 de jun. de 2011

Mingau de milho verde

Ah, como a Renata é prendada, adora ralar milho para preparar o mingau. Mentira! Tenho de confessar que tudo que eu escrevi no Mapa da Cachaça é verdade. Eu amo pinga, amo mingau de milho verde, mas... O prato é tão típico aqui em Tatuí que tem até gente que ganha a vida ralando milho. Eu compro o caldo do milho pronto na dona Nadir, o que facilita e muito o preparo. Mas se você não mora aqui por essas bandas, eu digo que vale a pena fazer o mingau. Para o trabalho ficar mais divertido, leve os amigos para a cozinha. Certeza que não irá se arrepender...

Mingau de Milho Verde de Tatuí
Para 4 pessoas
O que usar:
Para o mingau:
- 10 espigas de milho (que renderão 1 litro de caldo de milho);
-  a mesma quantidade de água (1 litro);
- 1 colher de sopa de manteiga;
- 1 cebola picadinha;
- 2 dentes de alho picados;
- 1 tablete de caldo de galinha;
- sal e pimenta a gosto;

Para o frango ensopado:
- 1,5 kg de frango em pedaços temperado (eu uso coxa e sobrecoxa cortado à passarinho);
- 1 col. (sopa) de açúcar;
- 1 cebola picada;
- 2 tomates picados;
- 1 lata pequena de extrato de tomate;
- água;
- cheiro verde;

Como fazer:
Para fazer o caldo de milho:
Em Tatuí, o prato é tão típico que tem quem venda o caldo do milho pronto, o que facilita bastante. Mas você também pode fazer, sem essa ajuda. Passe a faca na espiga e, com o mínimo de água, bata o milho no liquidificador. Peneire. Se você achar que ficou ralo demais, junte uma colherada da mistura que ficou na peneira no líquido. Dez espigas dão, em média, 1 litro de caldo de milho. Reserve.

O mingau:
Em uma panela, tempere a água, como diz o povo de Tatuí. Derreta a manteiga e refogue o alho e a cebola. Depois junte o tablete de caldo de galinha e 1 litro de água – sempre será a mesma quantidade do caldo de milho. Quando a água estiver quase fervendo, junte o caldo de milho aos poucos. Mexa sem parar por cerca de 30 minutos. Tempere com sal e pimenta.

O frango ensopado:
Em uma panela, polvilhe o açúcar. Assim que ele começar a caramelizar, coloque o frango temperado (com sal, pimenta do reino e limão). O açúcar deixa o frango douradinho, além de dar um gosto especial. Depois de dourar o frango, acrescente a cebola e o tomate. Quando a cebola e o tomate murcharem, junte o extrato de tomate e um pouco de água, para refogar o frango. Deixe cozinhando e, para finalizar, acrescente o cheiro verde picado.

Finalização:
Para servir, coloque no prato o mingau de milho e, por cima, o frango ensopado. Tempere o prato com algumas gotinhas de limão, de preferência, o limão-rosa. Fica uma delícia. Eu garanto. 

8 de abr. de 2011

Bisteca do Caipirinha, o clássico de Tatuí

Nem adianta chamá-lo pelo nome porque todo o mundo o conhece mesmo como Caipirinha. De segunda a sábado, das 11 às 15h30, é só passar pelo seu restaurante para encontrá-lo esperando os fregueses na porta. A Bisteca do Caipirinha é um dos clássicos de Tatuí e tem uma das comidas mais despretenciosas - e saborosas da região.
Segundo o próprio Caiprinha, ele aprendeu a fazer bisteca em um restaurante próximo ao mercado da cidade, há mais de 40 anos. Depois teve um bar, que vendeu para ficar de papo para o ar por um tempo. "Só ficava jogando e aproveitando a vida. Apadrinhei vários casamentos e crianças... Até que meu dinheiro acabou e fui morar em uma garagem", conta. Recomeçou como cozinheiro do Clube Princesa Isabel, em Tatuí, e depois abriu seu próprio negócio. No mesmo endereço está desde 1981. Hoje, a família toda trabalha junta e já recebeu ilustres clientes como Olivier Anquier, que até já gravou matéria com ele. A foto do Olivier, aliás, está em destaque: bem próximo ao fogão.
Cardápio não tem, mas não tem como ficar na dúvida. Quem chega ao Caipirinha já recebe a salada de tomate e cebola na mesa e escolhe entre bisteca de boi, porco ou frango. Não parece especial, mas vai lá provar a cebola da salada. É igual a de churrascarias bacanas de São Paulo, crocante e doce. O segredo, segundo o Caipirinha, é lavar bem a cebola já picada e a deixar descansando no freezer por cerca de quatro horas. O tempero mistura limão rosa e vinagre, além de azeite, sal e pimenta do reino.
As mesas são de fórmica e as cadeiras, daquelas de plástico antigas. No fogão azul e branco ficam dispostos o arroz e o feijão para todos se servirem à vontade. A bisteca acebolada é perfeita, mas eu fico com o feijão, um dos melhores que conheço... cremoso que só! Na hora da sobremesa, Capirinha vai de mesa em mesa oferencendo "a tentação", seu pudim de leite condensado. Para acompanhar toda a refeição, não esqueça de outro clássico de Tatuí: Tubaína Vieira. Isso que é banquete!
* O almoço na Bisteca do Caipirinha sai por cerca de R$ 15,00 por pessoa. E o telefone de lá é o (15) 3259-1557. De brinde, os clientes saem do restaurante cheirando levemente a bisteca. Mas, sério, você vai sair tão satisfeito e feliz com o "Vá com Deus" do Caipirinha que nem vai ligar.
** Caiprinha topou tirar a foto e até escolheu o lugar: "Próximo a Nossa Senhora".